Da ideia de um professor de física até a construção de um supercomputador pela Força Aérea Americana, consoles já atuaram em campos bem diferentes do que apenas jogar ou acessar outros tipos de conteúdo digital. Veja como dois supercomputadores foram criados usando o PlayStation 3.
Atenção: o artigo a seguir foi baseado e adaptado do original, em Inglês, disponível em warhistoryonline.com
Voltando um pouco – Playstation 2 Linux Kit
A ideia de usar um console como computador não surgiu com o PlayStation 3. Anos antes dos eventos mencionados na abertura da matéria havia um simples Kit que permitia usar o Playstation 2 como um computador pessoal. Fazer a instalação do sistema no console era um pouco trabalhoso mas, pelo menos para a época, era funcional.
Para converter o console em um computador era preciso comprar o DVD de instalação do sistema, um Memory Card para salvar os arquivos de boot, teclado e mouse USB e ter um HD disponível para instalar no console usando a porta de expansão do console. O material completo, não contanto o Memory Card, ficou disponível por um tempo no site da SONY na época em que o projeto ficou vivo.
O surgimento do Kit permitiu que pesquisadores e entusiastas fizessem experimentos com a plataforma. Craig Steffen, pesquisador do Centro Nacional para Aplicações de Supercomputação (tradução adaptada; NCSA – National Center for Supercomputing Applications) usou algo entre 60 – 70 consoles para construir um cluster, um conjunto de consoles que, interconectados funcionam como um único sistema. Apesar de ter sido possível usa-los assim, o sistema sofria de erros e não era totalmente confiável, sendo abandonado pouco tempo depois.
PlayStation 3 como solução
O lançamento do PlayStation 3 abriu novamente as portas para projetos semelhantes. Sendo muito mais poderoso do que seu antecessor, o PS3 também tinha a possibilidade de rodar Linux e, para melhorar, era consideravelmente mais fácil de usar a função. Chamada de OtherOS, a função foi descontinuada em 2010 com a atualização 3.21.
O pesquisador de buracos negros Gaurav Khanna, da Universidade de Massachusetts Darmouth, percebeu o potencial do console e iniciou um projeto para construir um supercomputador usando unidades do console da SONY. Usando 176 consoles, o pesquisador capaz de construir um cluster para analisar imagens e dados de pesquisa astronômica e até mesmo ganhar algumas competições de criptografia. O mais surpreendente é que o cluster era muito poderoso e usava bem menos energia do que os supercomputadores da época.
Gaurav não foi o único a usar consoles de um modo um tanto quanto inusitado. Chamado de Cluster Condor, a máquina construída pela Força Aérea Americana era dez vezes mais poderosa do que o que Gurav e sua equipe fizeram, com 1760 consoles. O supercomputador usava apenas 10% de energia de outros supercomputadores e foi considerado o 35º mais potente do mundo em seu pico.
O Condor era usado para analisar imagens de satélite e rodava algorítimos capazes de analisar textos e completar lacunas com precisão, sendo usado em operações de inteligência. O avanço na tecnologia eventualmente matou o projeto, com custos em computação caindo e o surgimento de máquinas mais poderosas do que o PS3.
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