Entenda um pouco sobre o nascimento de Metal Gear Rising Revengeace e os problemas que o título teve durante o desenvolvimento.
Metal Gear Solid: Rising
Após o lançamento de Guns of the Patriots em 2008, ideias para uma nova sequência começaram a surgir na cabeça de Hideo Kojima. Como comentado em um de nossos artigos passados, originalmente Metal Gear Solid 5 seria um game que teria The Boss como protagonista, mostrando como a personagem criou a unidade especial mostrada em Snake Eater.
Os planos originais foram cancelados devido a Kojima ter chegado a conclusão de que a equipe nova na Kojima Productions não seria capaz de encarar o projeto por si mesma já que o pai da série não estaria envolvido. Eventualmente planos para um game estrelando Raiden, personagem introduzido em Sons of Liberty foram considerados. Originalmente o game mostraria a eventual transformação do personagem no ciborgue que vemos em Guns of the Patriots e se passaria entre eventos novos e Metal Gear Solid 4.
Apesar de já ter alterado o slogan de “Tactical Espionage Action” para “Lightning Bolt Action”, Rising ainda teria enfase na ação furtiva, encorajando o jogador a passar desapercebido pelos inimigos mas dando a escolha de engajar em combates, sendo oficialmente anunciado em 2009. Kojima atuaria como produtor executivo já que estava envolvido com Peace Walker.
Em 2010 um trailer com trechos de gamemplay e já apresentando a mecânica de corte, apesar de em estágios visíveis de teste, que se manteve até o lançamento do game definitivo foi exibido durante a E3. O vídeo mostrava o visual de Raiden como conhecemos e um dos inimigos finais mas a movimentação e combate estavam muito diferentes do que Revengeace apresentou, podendo ser considerado apenas como um conceito do que o time de desenvolvimento estava tentando fazer.
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Problemas durante a elaboração da mecânica de combate com a espada e em como encaixar a narrativa do game na timeline da série principal levaram a suspensão do desenvolvimento.
Metal Gear Rising Revengeace
A suspensão/cancelamento do título ocorreu no final de 2010 sem grandes anúncios devido aos problemas mencionados acima. No ano seguinte o desenvolvimento passaria para a Platinum Games, responsável por Bayonetta, e todo o game passaria por uma repaginação completa. O conceito de infiltração seria descartado já que o game teria uma enfase na ação e a mistura de gêneros não fazia sentido, o que já havia sido mencionado pela equipe de desenvolvimento original.
Foi na nova desenvolvedora que o título do game foi alterado, passando de Metal Gear Solid: Rising para Metal Gear Rising Revengeance. Reescrever a narrativa do game levou apenas dois meses, em contraste com os 10 meses que o conceito original levou para ser criado.
A mudança de estilo não soou muito agradável aos fãs do estilo tradicional da série. Ter um título focado na ação e combates em alta velocidade gerou um impacto muito grande nos jogadores já acostumados com o estilo mais calmo e narrativa mais densa dos games anteriores. Uma demo foi disponibilizada na coleção em HD de Zone of the Enders em 2012, sendo disponibilizada publicamente no ano seguinte.
A trilha sonora do game é drasticamente diferente dos títulos anteriores, tendo agora músicas mais rápidas e dinâmicas para melhor embalar os combates normais e contra os chefes. Um ponto interessante em Revengeace são as letras das músicas usadas em batalha, especialmente nas lutas com os chefes, já que descrevem como o personagem, chefe, pensa e dá pequenos detalhes de sua personalidade ou mesmo descreve a situação em que o combate ocorre.
A versão final do game foi lançada em 19 de Fevereiro de 2013, apresentando um Raiden muito mais maduro e confiante do que suas versões em Sons of Liberty e Guns of the Patriots, além de ser talvez um dos personagens mais poderosos da franquia, mesmo seu título solo sendo um spin-off da série principal. É aqui também que ele abraça sua natureza brutal citada nos momentos finais de Metal Gear Solid 2, com o jogador assumindo a persona Jack the Ripper de Raiden após certo ponto.
A mudança de desenvolvedora, normalmente vista como sinal de que o game está com sérios problemas, acabou sendo benéfica para o produto final. Novos visuais, personagens e combate muito mais refinado do que o que foi mostrado em 2010 assim como uma narrativa mais simples e enxuta fez com que o título funcionasse muito bem dentro de um gênero novo. Infelizmente não existe sinal de que o game terá uma sequência, mesmo o final do primeiro indicando que Raiden ainda tem muito mais pela frente.