Game relativamente curto, Bujingai apresenta um ótimo e intuitivo sistema de combate mas infelizmente é um daqueles games que apenas acontece, sem dizer ao jogador o que exatamente está acontecendo ou mesmo justificando o motivo das lutas. Foi lançado originalmente no Japão mas teve versões para os Estados Unidos e Europa.

Um pouco sobre Bujingai

Bujingai é um exclusivo para Playstation 2 lançado em 2003 no Japão, tendo sido lançado na Europa em 2004 como Bujingai: Swordmaster e nos Estados Unidos em 2005 como Bujingai: The Forsaken City. É um game de ação hack-and-slash desenvolvido pela Taito Corporation em colaboração com a Red Entertainment.

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Desenvolvimento no título durou dois anos e teve como diretor Hiroshi Aoki, veterano da Taito, Toshiro Kawamoto, designer dos persogens de Cowboy Bebop e Yusuke Kuroda, responsável pelos cenários em Trigun. O game também contou com a participação do cantor pop Gackt, servindo de base para o visual do protagonista de Bujingai, ajudando a promover o jogo e participando da captura de movimentos para o personagem. O artista até jogou uma demonstração do game em um dos eventos promocionais do título.

Enredo

E é aqui que falar sobre Bujingai fica um pouco complicado. Não pelo game ter uma narrativa complicada e cheia de reviravoltas mas pelo simples fato de o game simplesmente não ser muito bom em contar o que está acontecendo e o motivo de estar acontecendo. Para piorar um pouco não existem documentos ou pistas no game que podem dar algum detalhe sobre o mundo ou motivações dos personagens, apenas uma série de fases sem aparentemente nenhuma ligação com o que está acontecendo.

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Jogando o game normalmente é possível desconfiar de algo aconteceu entre Lau, protagonista do game, e Rei Jenron, mas o que exatamente aconteceu fica obscuro. O que é de fato entregue ao jogador é o fato de Rei ter se tornado um demônio e querer vingança contra Lau mas…nada mais. Nada mais é dito ou justificado sobre Lau e Rei ou o que os motiva a lutar ou quais os objetivos de Rei ao querer se tornar um demônio.

Pesquisar sobre o que acontece no game pode ser um pouco frustrante. A narrativa do game é diferente dependendo da fonte usada, com mais ou menos detalhes e às vezes até apresentando coisas que parecem não pertencerem a Bujingai. A seguir temos três versões diferentes:

• Demônios dominaram a terra e apenas um pequeno número de pessoas com habilidades especiais foram capazes de sobreviver. Lau, mestre espadachim, retorna de seu longo exílio/treinamento para impedir Rei e e deter a ameaça dos demônios.
• Game se passa no século 23, cem anos após um desastre com uma forma de energia que não causa impactos no meio ambiente. O evento causou a extinção de 70% da população do planeta e acabou com governos. Os sobreviventes desenvolveram habilidades especiais e as combinaram com combate com espadas. Rei, amigo de Lau, foi possuído por um espírito maligno e permitiu que várias criaturas se manisfestassem na terra. Lau deve lutar contra tais criaturas e eventualmente enfrentar o ex-amigo.
• Um acidente com um reator nuclear no futuro deixou o mundo sem energia, causando o colapso da civilização. Rei, por alguma razão, quer destruir o que restou do mundo e Lau deve impedi-lo.

Confuso, não ? Temos três versões de narrativa e nada sobre o que exatamente acontece é passado pelo game. O único ponto em comum é o fato do game se passar em uma época futura, pelo menos alguns cenários dão a entender que este é o caso.

Combate e como o game funciona

Bujingai é uma game de ação hack-and-slash, o que significa que o jogador enfrenta ondas de inimigos espalhados pelos cenários do game para poder progredir. Se o termo ainda é desconhecido para você basta pensar em algo como Devil May Cry, por exemplo.

Lau Wong, personagem que o jogador controla, pode usar magias espalhadas pelo game que vão desde projéteis, passando por novos golpes de espada e magias capazes de deixar ataque ou defesa mais poderosos. Lau usa duas espadas como armas principais, sendo capaz de executar uma sequencia de golpes rápidos ou usar um ataque forte que pode afastar inimigos. Pegando inspiração em filmes de kung-fu, Lau também consegue escalar paredes e planar pelo ar por uma certa distância, o que é uma ótima ferramenta para explorar os vastos cenários do game.

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Como dito na abertura do artigo, Bujingai tem uma mecânica de combate bem simples e intuitiva mas que é capaz de proporcionar visuais e lutas incríveis. Talvez seja até o ponto mais forte do game. Lau é capaz de combinar os ataques de espadas com magias e pode executar combos capazes de drenar boa parte da vida dos inimigos. O sistema de combos sempre inicia com os ataques mais básicos, com quadrado, podendo ser interrompidos com triângulo e, ou combinados com x para uma sequencia de chutes ou com circulo para usar magia. Os botões iniciais podem ser usados para lançar inimigos para o ar, com quadrado, ou usar o ataque forte com triângulo e afastar inimigos próximos.

Combate – mecânicas e ótimas ideias

Um detalhe que torna o sistema de comabte tão divertido em Bujingai é o fato de Lau poder contra-atacar o quer estiver a sua frente. Basta pensar que o personagem, enquanto parado está sempre em modo defensivo. Ao ser atacado, Lau começara a defletir golpes físicos e pode contra-atacar ou desviar da onde de ataques. Magias também são defendidas de forma autônoma e podem apenas ser bloqueadas ou usadas em um poderoso contra ataque.

O fato de Lau ser capaz de se defender do que estiver diretamente a sua frente pode parecer desanimador já que tira parte do desafio da luta mas acredite, a forma com que o personagem se defende é belíssima, lembrando grandes duelos de espadas dignos de cinema. Apesar de ser capaz de se defender automaticamente, Lau apenas é capaz de manter a defesa por um curto período de tempo. Eventualmente o jogador deve escolher se vai contra-acatar ou desviar dos ataques. Caso demore a defesa é quebrada e o jogador fica vulnerável ao inimigo.

Defender magias segue a mesma lógica dos ataques físicos, enquanto Lau estiver de frente para o ataque poderá bloquear e contra-atacar. O contra-ataque que usa magia é um dos melhores golpes do game já que pode causar uma grande quantidade de dano e não pode ser bloqueado pelo inimigo. Saber quando e como usar pode fazer a diferença em algumas lutas. Felizmente o sistema de mira facilita o posicionamento no game.

Os atributos básicos de Lau, força, HP, capacidade de usar magia, defesa e quantidade de golpes disponíveis podem ser melhorados antes de cada fase. Para tanto o jogador deve coletar Orbs que podem ser usados para melhorar os pontos já citados. Como Lau usa apenas duas espadas por todo o game melhorar a capacidade de combate resulta em um maior número de hits e, como dito anteriormente, pode drenar a vida de um oponente se os hits adicionais forem combinados de forma efetiva.

Inimigos

Infelizmente não existem inimigos memoráveis no game, com a exceção de apenas dois: Rei, vilão central e um Dragão enfrentado na penúltima fase. Os outros são apenas humanoides de diferentes tamanhos. Talvez uma terceira exceção seja sejam inimigos que podem lutar de uma forma parecida com Lau, podendo contra-atacar e usar longas sequencias de golpes. Game também tem aranhas em algumas das fases e inimigos voadores.

Personagens

Por ser uma game relativamente curto, Bujingai apresenta poucos personagens e ainda assim não os desenvolve ou trabalha de qualquer forma. Pouco é revelado sobre eles, o que se segue foi retirado de guias na internet.

• Lau Wong – Persongem central e único jogável. Lau foi deixado orfão quando seus país morreram em um ataque por parte dos demônios. Foi treinado por Naguri Tensai ao lado de Rei Jenron. Ficou exilado por 400 anos após perder a primeira luta contra Rei.
• Rei Jenron – Ex-amigo de Lau e discípulo de Naguri. Tornou-se um demônio ao buscar vingança pela morte de Yohfa.
• Yohfa – não se sabe muito sobre ela, apenas que era interesse amoroso de Rei até ser morta por demônios. Ajuda o Lau ao abrir portais para as diversas localidades do game. Já próximo ao fim do game é revelado que ela é refém de um demônio, aparentemente estando possuída ate certo ponto. Lau é capaz de matar o demônio e liberta-la mas como exatamente não é explicado.
• Naguri Tensai – Mestre de Lau e Rei. Treinou os dois guerreiros mas falhou em libertar Rei da possessão e acabou morto. A alma de Naguri permanece no plano físico para guiar Lau e terminar o treinamento.

Conclusão

Bujingai: The Forsaken City é um caso complicado de julgar. Apesar dos pontos negativos listados acima, não desenvolver os personagens e não explicar a própria narrativa, o game apresenta um ótimo sistema de combate e é um belo game de ação. Os visuais são bonitos e o framerate é constante na tela, não travando apesar da quantidade de efeitos em alguns combates. A música é uma combinação de clássico oriental com uma pitada de rock, boa para alguns mas um pouco estranha para outros.

Apesar do combate ser um aspecto elogiado no game, logo o jogador descobre que não necessariamente precisa enfrentar todos os inimigos que encontra. É possível apenas passar batido por boa parte das lutas sem ser detido pelo game. Claro, é preciso lutar para juntar orbs e pode deixar Lau mais forte mas o game não te obriga a tal.

Os ambientes deixam um pouco a desejar também. São apenas arenas para as lutas, longos e sem vida. Se ressumem a ruínas de cidades, templos, uma montanha coberta de neve e um vulcão. O único lugar realmente diferente é a fase 7, Cloud Sea. É o estágio mais longo e complicado do game já que, pelo nome, fica suspenso no céu, com o jogador tendo que pular de plataforma em plataforma para avançar. Não seria problema se a habilidade de pular não fosse complicada de controlar e se a câmera não ficasse presa em ângulos esquisitos. O chefe da área, o dragão mencionado acima, requer paciência e é uma quebra de ritmo inesperada no game. Simplesmente ir para cima fatalmente se prova um erro.

Apesar do que foi dito nos últimos parágrafos, The Forsaken City consegue se provar um game interessante. Claro, simplesmente atravessar estágio após estágio sem um objetivo claro pode ser e é incômodo para muitos jogadores mas o sistema de combate e controles muito bem responsivos para a época podem suavizar um pouco a experiência. É um game relativamente curto, tento apenas 8 estágios, e não requer um grande nível de habilidade para jogar. Pode ser um ótimo passa-tempo mas não espere algo muito elaborado em questão narrativa. Quem sabe uma sequência, se possível, pode melhorar e muito o que Bujingai apresenta.

Demonstração

Separamos um pequeno trecho do game para ilustrar melhor o artigo. O vídeo a seguir foi capturado usando a placa EzCap 261. Um artigo sobre ela pode ser visto aqui.